terça-feira, 8 de dezembro de 2009

OIT diz que crise fechou 20 milhões de postos de trabalho

A entidade alerta que outros cinco milhões de trabalhadores podem ficar sem emprego, apesar do pior momento da crise já ter passado

Brasil - Agência Brasil

Desde o início da crise financeira, em outubro de 2008, 20 milhões de postos de trabalho foram fechados. E, apesar de superado o período crítico da crise, cinco milhões de pessoas correm o risco de perder o emprego em 51 países. Os dados são do estudo O Trabalho no Mundo 2009 – Crise Mundial do Emprego e Perspectivas, divulgado segunda-feira (7), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O levantamento revela, ainda, que 43 milhões de pessoas podem abandonar o mercado de trabalho por um longo período, principalmente os trabalhadores com baixa qualificação, jovens, mulheres e idosos. “Essas pessoas podem cair no desemprego de longa duração ou abandonar por completo o mercado de trabalho. Segundo experiência de crises passadas, o risco é particularmente grave no caso de trabalhadores pouco qualificados, os imigrantes e trabalhadores com idade avançada”, diz a OIT.

Sobre a geração de postos de trabalho, o estudo mostra que, nos países desenvolvidos mais atingidos pela crise, os índices devem apresentar recuperação somente a partir de 2013. Para as nações em desenvolvimento, o prazo é menor. “Nos países com alto PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas por um país) per capita, o emprego não voltará aos níveis anteriores aos da crise antes de 2013. Nos países emergentes e em desenvolvimento, os níveis de emprego poderiam começar a recuperação em 2010, mas não alcançarão os níveis anteriores aos da crise, antes de 2011”.

O estudo lista um grupo de países que têm adotado medidas eficazes para preservar os postos de trabalho durante a crise e que seguem o Pacto Mundial para o Emprego, sendo um deles o Brasil. O pacto foi um instrumento adotado, em junho, por governos, sindicatos e empregadores, com a coordenação da OIT, para enfrentar a crise econômica.

Segundo a organização, as respostas desses países à crise têm como foco a proteção social, evitar a redução salarial e a piora das condições de trabalho. “É importante assinalar que a maioria desse países têm atuado rapidamente e com objetivos claros, o que explica porque as medidas têm sido eficazes do ponto de vista dos custos”, afirma o estudo. Integram esse grupo: Austrália, Alemanha, Jordânia e República da Coreia.

A OIT critica a demora na execução de uma reforma do sistema financeiro e diz ter o receio de que a falta de regulamentação no setor signifique o ressurgimento de práticas que provocaram a crise. “Em alguns países, teme-se que, a menos que se adotem medidas rapidamente, nada mudará. Com a falta de reforma, as práticas que provocaram a crise financeira voltarão pouco depois que comece a recuperação econômica. Isso agravaria a fragilidade no mundo do trabalho e geraria risco de novas crises no futuro”, prevê a entidade.

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