Montadoras aumentam importação de autopeças para evitar prejuízo
Diante da alta do iene frente ao dólar, que pode prejudicar as exportações do Japão e afetar a débil recuperação econômica, a indústria japonesa adotou medidas emergenciais para diminuir o impacto da cotação.
A Honda, por exemplo, planeja aumentar a importação de peças para motos e carros fabricados no Japão a partir de março do ano que vem a fim de conter o custo de produção, segundo informou o jornal Nihon Keizai. A montadora já vinha elevando a proporção dos componentes importados no modelo compacto Fit, do qual 17% das autopeças vêm do exterior. A meta da Honda é ampliar essa estratégia para outros modelos, incluindo os veículos híbridos, e também para as motos populares de até 125cc.
“(A alta do iene) afeta seriamente os resultados. Encaro esta situação com muita seriedade”, disse Osamu Suzuki, presidente da montadora Suzuki, durante entrevista coletiva para apresentação do novo carro Swift. Esse modelo, que chegará às lojas no Japão no dia 18, será lançado depois também na Europa e nos outros países da Ásia, incluindo Índia.
Na fábrica da Suzuki na Hungria, onde se produzem unidades que serão comercializadas no mercado europeu, a montadora utiliza atualmente 60% a 70% de autopeças feitas por fornecedoras locais. O restante são materiais vindos do Japão. Com a alta do iene, porém, o custo de produção subiu, e a empresa vê necessidade de substituir as peças japonesas pelas locais.
As fabricantes de eletroeletrônicos também adotaram medidas emergenciais para driblar a valorização do iene. A Sony aumentará o preço de alguns modelos de computador da linha Vaio lançados neste verão na Europa. A Seiko Epson planeja encarecer impressoras de jato de tinta no mercado estrangeiro. A Panasonic decidiu transferir parte da produção doméstica de painéis de plasma para a China em breve, segundo o jornal Sankei. A Sharp também pretende ampliar a produção de painéis LCD na China.
As empresas japonesas fazem estimativas de resultados com o dólar cotado entre ¥ 87 e ¥ 90. Mas a moeda norte-americana esteve abaixo desse nível nas últimas semanas, o que poderá resultar em redução de faturamento. Caso a cotação persista no nível de ¥ 85 por dólar durante seis meses, 40% das fabricantes japonesas transferirão as sedes de produção para outros países, segundo levantamento feito pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria. Outros 60% ampliarão a produção no exterior. A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 24 com participação de 200 empresas.
Fonte: IPC Digital
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