segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Liberação de reentrada aos nikkeis que receberam os ¥ 300.000 podem aquecer o mercado de trabalho

Algumas províncias japonesas estão preocupadas com a falta de mão de obra

A partir do próximo dia 15, o governo japonês deve liberar a reentrada das pessoas que deixaram o Japão com a ajuda de 300 mil ienes oferecida na época da crise.

A nota permitindo o retorno foi divulgada sexta-feira (27), e assinada pelo gabinete e três ministérios: da Justiça, dos Negócios Estrangeiros e a pasta que cuida da Saúde, Trabalho e Bem Estar Social.

Mais de 20 mil brasileiros estão na lista de espera. São pessoas que na época da crise estavam desempregadas e receberam 300 mil ienes de ajuda para retornar a terra natal, com uma condição. Não entrar no Japão enquanto o governo não desse o sinal verde.

E finalmente esse momento chegou. Para conseguir a reentrada, e preciso cumprir algumas condições, o principal é apresentar contrato de trabalho de no mínimo um ano quando for solicitar o visto nos consulados do Japão. O objetivo é assegurar uma vida estável aos descendentes de japoneses que queiram voltar ao país, diz Natsuko Horii. Ela cuida da Divisão de Política e Emprego dos Estrangeiros dentro do Ministério do Trabalho.

A ajuda de 300 mil ienes foi um benefício oferecido pelo Japão em 2009 aos descendentes de japoneses desempregados. A reentrada seria liberada depois de três anos, mas essa decisão dependia da conjuntura econômica e da garantia de empregos para os retornados.
"A economia japonesa está melhorando gradativamente, mas não foi só por isso que o governo liberou a reentrada. A promessa deveria ter sido cumprida há mais tempo. Até acho que demorou muito", diz o professor Yasushi Iguchi, da universidade Kansei Gakuin.

Foi acreditando na possibilidade da volta em três anos que mais de 21 mil pessoas entraram no programa. Desse total, 20 mil são brasileiros principalmente das províncias de Aichi e de Shizuoka. Em Mie, Shiga e Gunma, foram pouco mais de mil pedidos de retorno.

Os mais otimistas acreditam que a decisão do governo vai aquecer a economia da comunidade.

"Deve ter muita gente esperando, muitas pessoas que vieram com ajuda, e entraram em contato, desde que vieram para o Brasil já queriam voltar para o Japão em 2012. Eu acredito que a grande maioria tinha até perdido a esperança, mas a partir do momento em que for divulgado acho que vai ter uma grande demanda. E a procura será muito grande", disse Miyako Nishida Ito, que trabalha em uma agência de turismo e emprego no Brasil.

Os problemas também devem se repetir, se algumas providências não forem tomadas, porque as circunstâncias são outras.

"Não adianta o governo japonês liberar o visto e a pessoa não conseguir emprego. E o mercado de trabalho está muito mais difícil do que antigamente, não só por causa do idioma, como tamém moradia, antigamente as empreiteiras vinham buscar no aeroporto, ofereciam todo apoio isso está díficil de conseguir hoje em dia. Então as pessoas tem que se preparar através de amigos, conhecidos no Japão, além do conhecimento da língua japonesa", afirmou Masato Ninomiya, presidente do Ciate.

Mesmo quem não pegou a ajuda do governo, sabe que não basta ter vontade e permissão para voltar ao Japão.

"Estou precisando voltar ao Japão, mas estou praticamente zerado, o problema é o financiamento. Eu moro de favor com minha irmã", desabafou o ex-dekassegui, Yoshinori Tateishi. Um preparo melhor e qualificação podem ajudar os retornados a rescreverem sua história. Agora, como vencedores.

Ajuda de Retorno
Total: 21.675 pessoas
Brasileiros: 20.053
Peruanos: 903
Outros: 719

Brasileiros beneficiados por província
Aichi: 5.547
Shizuoka: 4.387
Mie: 1.487
Shiga: 1.321
Gunma: 1.298
Fonte: IPC Digital

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