Os gastos das famílias subiram 5,1% em agosto em relação ao mesmo período do ano anterior, mostraram dados do governo
Os salários reais do Japão caíram em agosto pelo quinto mês consecutivo, mostraram dados do governo nesta sexta-feira (7), com a queda do iene elevando os preços ao consumidor no ritmo mais rápido em oito anos, superando o modesto crescimento salarial.Enquanto o Banco do Japão (BOJ) mantém uma flexibilização monetária maciça, os formuladores de políticas estão pedindo às empresas que aumentem os salários. O governo quer assim iniciar um ciclo de crescimento sustentável de ganhos mais altos e maiores gastos de consumidores e empresas, enquanto alivia o impacto da inflação que vem sendo amplificada pela desvalorização do iene.
Os salários reais ajustados pela inflação caíram 1,7% em agosto em relação ao ano anterior, mostraram dados do Ministério do Trabalho, após uma queda revisada de 1,8% no mês anterior.
O índice de preços ao consumidor (IPC) usado pelo ministério para calcular os salários reais, que inclui os preços dos alimentos frescos, mas exclui o aluguel equivalente dos proprietários, aumentou 3,5% ao ano.
Esse foi o mais rápido desde os 3,9% registrados em setembro de 2014 e superou um aumento de 1,7% no total nominal de ganhos em dinheiro após um ganho revisado de 1,3% em julho.
O pagamento de horas extras, um importante indicador da força da atividade corporativa, aumentou 4,3% em agosto em relação ao mesmo período do ano anterior, o menor ganho em cinco meses.
Os pagamentos especiais, que incluem os bônus sazonais discricionários que as empresas tendem a reduzir quando enfrentam ventos contrários, subiram 0,7% em agosto, após um aumento de 1,6% no mês anterior.
Gastos
As famílias no Japão tiveram de gastar mais no mês de agosto em comparação com o mesmo período do ano anterior. A economia japonesa segue se recuperando das restrições da Covid-19, mas o aumento dos preços está obscurecendo as perspectivas de ganhos adicionais.
Os gastos das famílias subiram 5,1% em agosto em relação ao ano anterior, mostraram dados do governo. A leitura ficou abaixo da estimativa mediana dos economistas para um ganho de 6,7% e seguiu um aumento de 3,4% em julho.
Embora haja sinais claros de que a atividade está se recuperando lentamente, os ganhos do mês passado podem ter sido exagerados pela comparação com agosto de 2021, quando o país lutava contra o ressurgimento de casos da COVID.
Em uma base mensal com ajuste sazonal, os gastos das famílias caíram 1,7% em agosto, acima da queda de 1,4% em julho. Foi uma surpresa negativa, já que os economistas previam um crescimento mensal de 0,2% para agosto.
Com a inflação ainda acelerando e a queda do iene diante do dólar e com expectativa de esfriar os gastos do consumidor, economistas consultados pela Reuters reduziram suas projeções de crescimento para a terceira maior economia do mundo.
O primeiro-ministro Fumio Kishida prometeu compilar um novo pacote de estímulo até o final de outubro, que provavelmente incluirá esquemas de subsídios para contas de serviços públicos e gás apoiados por pelo menos US$ 100 bilhões em gastos fiscais.
Enquanto isso, o governo deve aliviar as restrições de controle de fronteira a partir de segunda-feira (10), em um esforço para atrair turistas estrangeiros com o iene fraco, oferecendo esperança para o setor de serviços já combalido.
Fonte: Alternativa com Reuters
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