quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Fim da crise no Japão motiva permanência de dekasseguis

Fluxo de brasileiros desvalidos no Japão que retornaram ao Brasil à custa de ajuda oficial praticamente estancou
Há 20 anos, descendentes de imigrantes japoneses no Brasil passaram a fazer o caminho inverso de seus antepassados e formaram a primeira turma de dekasseguis brasileiros no Japão.
Em dezembro de 2008, eram 317 mil brasileiros lá; com a crise econômica, essa presença caiu para 267 mil em dezembro de 2009.
Neste ano, a presença brasileira deve retomar seu fôlego. Como prova disso, o fluxo de brasileiros desvalidos no Japão que retornaram ao Brasil à custa de ajuda oficial praticamente estancou.
Em 2010, o governo brasileiro repatriou apenas uma pessoa, em contraste com os 71 repatriados do ano passado. Há ainda a estimativa de que mais 70 viagens de volta foram bancadas no ano passado pelo governo japonês.
A opção de permanecer no Japão se explica mais pela confiança de que dias melhores virão do que pela oferta de trabalho. Estrangeiros que não têm qualificação em áreas especializadas encontram muita dificuldade dentro de uma economia com taxa de 5,3% de desemprego registrada em junho, o pior nível em sete meses.
Segundo o Itamaraty, o Japão tem adotado a política de manter o trabalhador estrangeiro para que não haja falta de mão de obra quando a economia se estabilizar.
"O governo japonês sabe que vai se recuperar, por isso é melhor manter os trabalhadores do que perdê-los e depois, quando o país estiver refeito, ter que chamá-los de volta", afirmou a chefe da Divisão de Assistência Consular do Itamaraty, Maria Luiza Ribeiro Lopes da Silva.
Desde a crise, o governo japonês adotou medidas de apoio nas áreas de trabalho, educação, moradia, como a ajuda no pagamento de contas de luz e de água.
O país anunciou ainda a criação de novos postos de atendimento a desempregados, com intérpretes para quem não fala bem o japonês e apoio à capacitação.
Os brasileiros que vivem no Japão geralmente trabalham na indústria, principalmente a automobilística. Segundo o Japão, há a avaliação do governo de um bom desempenho dos brasileiros, terceiro maior grupo estrangeiro no país. Daí a política de apoio aos dekasseguis.
Fonte: Diário de Marília

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