Enquanto isso recém-formados não conseguem o primeiro emprego
Enquanto os universitários japoneses enfrentam dificuldade para entrar no mercado de trabalho por causa da redução de vagas, grandes empresas do Japão começaram a contratar mais estrangeiros qualificados. O objetivo é aproveitar o potencial deles para buscar oportunidades de crescimento nos mercados emergentes.
A Panasonic, por exemplo, abriu 1.250 vagas para recém-formados neste ano. Desses, 750 foram para empregados estrangeiros nas filiais das empresas do grupo no exterior.
Segundo reportagem publicada pela revista Bungei Shunjuu, a companhia planeja aumentar esse número para 1,1 mil no ano que vem. Haverá ainda 290 vagas para formandos no Japão, que serão abertas também para bolsistas oriundos de outros países.
Para formar futuros líderes entre os funcionários estrangeiros, a empresa começou a trazer uma parte dos profissionais contratados no exterior ao Japão para participarem de programas de estágio.
O aumento de estrangeiros no quadro funcional faz parte do plano de crescimento da empresa no mercado global. Atualmente, as vendas da Panasonic no exterior representam 48% do total de faturamento do grupo. A meta da empresa é elevar essa taxa para 55% até o ano fiscal de 2013, para o qual prevê vendas aproximadas de ¥ 10 trilhões.
Para atingir esse objetivo, a Panasonic quer conquistar os mercados emergentes como China e Índia onde pretende lançar produtos com preços acessíveis voltados às classes médias.
A Mitsubishi Heavy Industries, fabricante japonesa de equipamentos e maquinárias industriais, também planeja contratar mais estrangeiros nas filiais do grupo no exterior. Segundo o jornal Nihon Keizai , até 2014, o total desses funcionários será elevado para 15 mil, cerca de 40% a mais que o número atual. Com mais engenheiros e técnicos locais, a empresa quer aumentar a venda de geradores de energia elétrica e equipamentos de ar-condicionado industrial no exterior.
Por outro lado, a média de vagas abertas anualmente para recém-formados no Japão no período de 2010 a 2014 será reduzida para cerca de 2 mil, 40% a menos que o resultado do ano passado.
Além das fabricantes, empresas do setor de serviço também buscam profissionais estrangeiros no processo de globalização de seus negócios. O grupo Rakuten, dono do maior shopping virtual do Japão, contratou neste ano cerca de 400 recém-formados, entre eles, 17 estrangeiros.
Das 450 a 500 vagas previstas para o ano que vem, o número de estrangeiros será elevado para cerca de 70. Além disso, as filiais do grupo mantidas na China e na Índia contrataram neste ano 15 e 21 engenheiros locais, respectivamente. No ano que vem, a soma de funcionários contratados pelo grupo nos dois países deve subir para 70 a 100.
Em busca de novos mercados, a Rakuten tem plano de expansão internacional. A empresa já lançou sites de comércio online na China, EUA, Indonésia, Taiwan e Tailândia. Os planos da Rakuten envolvem a expansão para 27 diferentes países. O grupo Fast Retailing, dono da rede Uniqlo, é outro exemplo que investe nos estrangeiros. A empresa contratou neste ano 200 recém-formados no Japão e mais 100 em outros países como China e Coreia do Sul. Para o ano que vem, o grupo planeja abrir 600 novas vagas no mundo, sendo a metade para estrangeiros.
Fonte: IPC Digital
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