segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Fábrica de Iwata chama de volta trabalhadores dispensados

Nova linha de aparelho celular aumenta a produção, mas alguns terceirizados preferem sair
A empresa Asty Corporation, de Iwata (Shizuoka) que havia dispensado no final de dezembro os trabalhadores por empreiteiras, voltou atrás e nesta segunda-feira (17) decidiu manter o pessoal. O motivo alegado é a fabricação de um novo modelo de celular. A Asty fornece placas de circuitos de aparelhos celulares para a Panasonic. Das quatro empreiteiras que fornecem mão de obra para a Asty, três haviam confirmado o corte e uma preferiu não se manifestar.
Nesse final de semana, tiveram que reconversar com os funcionários para decidir se ficam ou se desligam da Asty. Entre brasileiros, peruanos, filipinos, bolivianos, paraguaios e japoneses, pelo menos 140 trabalhadores iriam perder o emprego.
Segundo o tantosha Edson, da Staff Support, que terceiriza 20 funcionárias na Asty, durante o período de aviso prévio em janeiro, combinou de recolocar cinco brasileiras para trabalhar em Nagano. “O salário será maior, pois poucas pessoas querem ir para lá devido à neve”, afirma. “E também recolocamos sete funcionárias para trabalhar na mesma região de Iwata, então ficarão na Asty somente oito funcionárias”.
Para Edson, atualmente, as empresas no Japão não sabem como vai ficar a situação econômica no próximo mês e os trabalhadores “traumatizados”, a qualquer rumor de corte, já procuram por novo emprego. “Os mais antigos confiam na gente e já conhecem os altos e baixos da Asty, então quando pedimos para ficar, eles ficam, porém os mais novatos já vão pulando fora”. Na sexta-feira (14), os líderes de seção da Asty se reuniram com os trabalhadores da empreiteira Iwarex e formalizaram o pedido para que continuassem trabalhando na empresa.
Dos 60 terceirizados da Iwarex, o tantosha Carlos calcula que 20 vão buscar novas colocações. “Os altos e baixos da Asty causam muita insegurança nos funcionários e eles preferem procurar outros empregos”, afirma. “Corte de funcionários sempre aconteceu, mas desta vez foi maior porque envolveu as quatro empreiteiras. Até o final de dezembro, a previsão de produção era baixa, mas neste início de ano houve um replanejamento e a situação mudou. Falaram em produção até o mês de março, mas isso também não se pode afirmar com certeza”, esclarece.
“A Asty achou que não haveria serviço tão cedo, mas como surgiu essa nova linha de celular, pediram para manter os funcionários”, explica o tantosha Marcelo, da empreiteira Kakushin Kougyo que terceiriza 60 funcionários na Asty. Entre esse pessoal, cerca de 20 buscaram novas colocações devido à instabilidade da Asty, informa o tantosha.
“O pessoal fica feliz por manter o emprego, mas ao mesmo tempo fica aquela dúvida, se vai continuar ou procura nova vaga”, afirma. “Recolocamos em fábricas em Fukuroi, Kakegawa, Yoshida, Fuji e vamos manter nosso acordo com eles, não tem com voltar atrás, então ficaremos com 40 funcionários na Asty”. Por enquanto a Kakushin vai seguir dessa forma, mas existe a possibilidade de abrir novas vagas a partir de março.
Fonte: IPC Digital

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