O banco central cortou sua avaliação econômica para cinco das nove regiões do Japão, incluindo Tokai
A escassez global de chips semicondutores e peças automotivas está afetando a produção no oeste do Japão, com algumas empresas dizendo que suas fábricas no sudeste asiático podem precisar de mais tempo para retomar as operações, disse um alto funcionário do banco central do Japão nesta quinta-feira (7)."Alguns países do sudeste asiático estão gradualmente reabrindo suas economias. Mas as empresas que pesquisamos disseram que levará mais algum tempo para as fábricas retomarem as operações em plena capacidade", disse Hirohide Koguchi, gerente da filial do Banco do Japão em Osaka, em entrevista coletiva realizada online.
O BOJ cortou sua avaliação econômica para cinco das nove regiões do país nesta quinta-feira, uma vez que as restrições de oferta interromperam a produção de carros e outros produtos, obscurecendo as perspectivas para a economia dependente das exportações.
Em um sinal do aumento dos danos da escassez global de chips e peças, o banco central reduziu sua visão sobre a produção de quatro regiões, incluindo Tokai, lar da Toyota Motor.
"A produção está estagnada devido à escassez de peças automotivas", disse o BOJ em um relatório trimestral sobre as economias regionais.
Os recentes aumentos nos preços da energia também estão elevando a pressão sobre os fabricantes, embora ajude a inflação ao consumidor a acelerar em direção à meta de 2% do BOJ.
"O núcleo da inflação ao consumidor está oscilando em torno de 0%, mas esperamos que fique ligeiramente positivo, refletindo o aumento dos preços da energia", disse o presidente do banco central, Haruhiko Kuroda, na reunião de gerentes de filiais regionais, indicando que a pressão inflacionária global está se espalhando até mesmo para um país que há muito luta para se livrar deflação.
"À medida que a economia continua a melhorar e o impacto das tarifas de telefonia móvel se dissipando, a inflação ao consumidor vai acelerar gradualmente", disse ele.
Os preços básicos ao consumidor do Japão interromperam uma sequência de declínio de 12 meses em agosto, à medida que os custos de energia compensavam o impacto dos cortes nas tarifas de telefonia móvel, bem como o fraco consumo atribuído à pandemia do coronavírus.
Kuroda manteve sua visão otimista sobre a economia, dizendo que é provável que se recupere conforme os danos da pandemia diminuam graças à robusta demanda externa e ao maciço apoio fiscal e monetário.
A pressão inflacionária surgiu como um risco-chave para muitos países em todo o mundo, complicando o momento em que os formuladores de políticas podem reduzir o enorme estímulo monetário que implantaram para combater o impacto inicial da pandemia.
O Japão não ficou imune ao aumento dos custos das matérias-primas, com a inflação no atacado atingindo uma alta de 5,5% em agosto, a maior em 13 anos. Mas as empresas têm demorado a repassar os custos crescentes para as famílias devido à fraca demanda.
Fonte: Alternativa com Reuters
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