sexta-feira, 28 de março de 2025

Aumentos salariais no Japão não são tão animadores quanto parecem, mostra pesquisa

Um instituto revelou que entre mais de 12.000 empresas, apenas 51% aceitaram conceder aumento salarial aos seus trabalhadores

aumento salarial
Embora a Confederação Sindical do Japão, conhecida como Rengo, informe que conquistou os maiores ganhos salariais para os trabalhadores em mais de três décadas por dois anos consecutivos, o cenário das tendências salariais não é tão animador assim, segundo o Shinkin Central Bank Research Institute, publicou a Bloomberg.

A central sindical diz que 66% dos sindicatos que abrange conseguiram bons resultados nas negociações com empregadores, com até 30% obtendo compromissos para aumentos na remuneração geral.

Porém, a pesquisa do Shinkin com 12.817 empresas revelou que apenas 51% se comprometeram com aumentos salariais.

A diferença está na configuração das empresas visadas. Os sindicatos ligados à Rengo negociam com empresas com pelo menos 100 funcionários, enquanto quase todas as empresas pesquisadas pelo Shinkin têm menos de 100 trabalhadores, muitas das quais não têm organizações trabalhistas.

Outro ponto é que quase 70% dos trabalhadores são empregados por pequenas empresas no Japão, que somam quase 5 milhões, em comparação com menos de 66.000 que empregam 100 ou mais pessoas.

Com base no levantamento feito pelo Shinkin, uma grande parte dos trabalhadores no Japão não terá um grande aumento salarial ou não terá qualquer aumento.

O fato é que a realidade dificulta o caminho do banco central japonês, que busca um ciclo econômico virtuoso, no qual os aumentos salariais alimentam os gastos e o crescimento dos preços liderado pela demanda.

A tendência de aumentos salariais é importante nas decisões a serem tomadas pelo BC do Japão.

O chefe do órgão, Kazuo Ueda, comentou no Parlamento na quarta-feira (26), que as tendências de salários e preços parecem estar no caminho certo com base nas últimas negociações salariais e outras audiências, embora a inflação ao consumidor não tenha atingido a meta do banco, que é de 2%. O consumo foi pouco positivo no quarto trimestre de 2024.

Nas contas das empresas, a moeda japonesa sendo negociada a 150 ienes por dólar americano, é uma benção para grandes exportadores, mas é um fardo para as pequenas empresas, que dependem da importação de matérias-primas.

Em geral, trabalhadores de pequenas empresas não têm o benefício de um sindicato, ficando sem poder de barganha. Em termos comparativos, empresas onde o sindicato é atuante concederam aumento salarial médio de 4,5% em 2024, enquanto naquelas sem sindicato o aumento foi de 3,6%, segundo o Ministério do Trabalho.
Fonte: Alternativa 

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